#Conto: O Flautista de Hamelin (irmãos Grimm)

O Flautista de Hamelin

   


 Muitas das lendas urbanas são, em sua origem, baseadas em fatos reais (ou preocupações legítimas), em que a ciência não consegui explicar mas como todos nós sabemos e o poeta William Shakespeare falava...
"Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia". 



    Bem antes de tudo primeiro precisamos saber sobre a lenda,pois bem...


    "Há muito, muitíssimo tempo, na próspera cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: uma manhã, quando seus gordos e satisfeitos habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas bem providas despensas.

    Ninguém conseguia imaginar a causa de tal invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que fazer para acabar com tão inquietante praga.

    Por mais que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia ao contrário que mais e mais ratos apareciam na cidade. Tal era a quantidade de ratos que, dia após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram assustados.

    Ante a gravidade da situação, os homens importantes da cidade, vendo perigar suas riquezas pela voracidade dos ratos, convocaram o conselho e disseram:

-Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos.

   Pouco depois se apresentou a eles um flautista taciturno, alto e desengonçado, a quem ninguém havia visto antes, e lhes disse: 

-A recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin.

    Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente.

    E assim ia caminhando e tocando, levou-os a um lugar muito distante, tanto que nem sequer se poderia ver as muralhas da cidade.

    Por aquele lugar passava um caudaloso rio onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.

    Os hamelineses (ou eram assim chamados quem morava em Hamelin), ao se verem livres das vorazes tropas de ratos, respiraram aliviados. E, tranquilos e satisfeitos, voltaram aos seus prósperos negócios e tão contente estavam que organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes manjares e dançando até altas horas da noite.

    Na manhã seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou aos importantes da cidade as cem moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém esses, liberados de seu problema e cegos por sua avareza, reclamaram: 

-Saia de nossa cidade! Ou acaso acreditas que te pagaremos tanto ouro por tão pouca coisa como tocar a flauta?.

    E, dito isso, os honrados homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas dando grandes gargalhadas.

    Furioso pela avareza e ingratidão dos hamelineses, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia uma e outra vez, insistentemente.

    Porem esta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos pedidos e gritos de seus pais que, em vão, entre soluços de desespero, tentavam impedir que seguissem o flautista.

    Nada conseguiram e o flautista os levou longe, muito longe, tão longe que ninguém poderia supor onde, e as crianças, como os ratos, nunca mais voltaram.

    E na cidade só ficaram a seus opulentos habitantes e seus bem repletos celeiros e bem cheias despensas, protegidas por suas sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.

    E foi isso que se sucedeu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin, onde, por mais que se procure, nunca se encontra nem um rato, nem uma criança."


    Bom esse conto foi na versão tirada dos irmãos Grimm (gosto da versão deles para contos kkkk), porém por de trás dessa história na verdade o Flautista de Hamelin tocava uma gaita- de-fole e não uma flauta.



Fato Curioso sobre O Flautista de Hamelin




    A história parece ter sido baseada num fato real, pois “antigas inscrições nas paredes de algumas casas de Hamelin indicam que num dia de julho de 1284, um Flautista conduziu cerca de 130 crianças para fora da cidade e que eles se perderam em algum ponto das cercanias. Muitos acreditam que as crianças tenham sido raptadas, outros especulam que o misterioso Flautista estava na verdade recrutando jovens a fim de emigrar para a Europa Oriental”.




    A cidade de Hamelin, na Alemanha, apesar de possuir uma bela arquitetura medieval com lindas construções desta época, é conhecida e visitada por outro motivo:

    “A popularidade mundial da cidade veio através do famoso conto dos Irmãos Grimm, O Flautista de Hamelin o turismo existe mesmo em grande parte por causa da fama do popular conto, que todo domingo de verão é representado na cidade por atores locais nos lugares autênticos onde ele se passa, acompanhados por uma multidão de visitantes de todo o mundo”

    O Flautista de Hamelin era um criminoso:

    “A história do Flautista de Hamelin é baseada num caso verídico, de um psicopata e pedófilo que atrairia as crianças para as violentar e matar” 

    Hamelin fala-nos, da perversão da educação, da perversão sexual, da perversão das palavras a cidade encheu-se de ratos; a perversão está na base da pirâmide: as crianças, a pedofilia.

    No museu da cidade de Hamelin, situada na Baixa Saxônia, às margens do Rio Weser, existem 350 livros sobre a provável existência do Flautista. Descrito como homem elegante de uns 30 anos, vestido com uma roupa cheia de cores e que, ao tocar sua flauta de prata, era capaz “por via de um secreto encanto, de guiar tudo o que vive sob o sol, e que rasteja, ou anda ou corre ou pula ou nada ou então voeja”. Tudo se especula.

    A lenda traz todos os anos a Hamelin cerca de 200.000 turistas e milhões de euros para os cofres da cidade. Vendem-se roedores feitos de doces e chocolates. Um restaurante local serve “Rabos de rato flambé”, na verdade, fatias de porco flambadas.Como acompanhamento, uma aguardente chamada “Mata-ratos” . 

    Além das curiosidades descritas acima em torno do conto, encontramos diversos detalhes diferentes sobre a história. Há uma versão, por exemplo, que narra o episódio do Flautista conduzindo os ratos não para um lago (onde morrem afogados), mas sim para dentro de um grande queijo, onde desaparecem para sempre. Outras variações também dão conta da existência de um menino aleijado que não pôde acompanhar a música hipnótica... Diante do exposto, arriscamos dizer que, mais importante do que verificar se o conto O Flautista de Hamelin ficcionaliza algum episódio histórico, transfigurando o real em narrativas que lançam mão de fartos recursos do campo do fantástico, é saber que não há uma divisão tão nítida entre o mundo fantasioso das crianças e o mundo realista dos adultos. Sendo assim, a fantasia e o inverossímil caem como luvas no gosto dos leitores.

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